O Cartão Branco, recurso pedagógico que visa enaltecer condutas eticamente corretas, praticadas por atletas, treinadores, dirigentes, público e outros agentes desportivos, vai ser também contemplado na disciplina da Patinagem Artística. O anúncio foi feito pelo presidente da FPP, Luís Sénica, na cerimónia de entrega da Bandeira da Ética, que ocorreu durante o Campeonato Nacional de Patinagem Livre.

O Cartão Branco resulta de uma parceria entre o PNED-Plano Nacional de Ética no Desporto (Instituto Português do Desporto e Juventude, IP) e a CAJAP-Confederação das Associações de Juízes e Árbitros de Portugal.

Na ocasião, José Lima, em representação do IPDJ/PNED, revelou que a iniciativa da direção «será uma ferramenta pedagógica fundamentalmente para as crianças e escalões de formação» que significa «dizer aos pais e às crianças, que é importante terem gestos de fairplay e positivos na atividade desportiva, e esse reconhecimento é dado por esse cartão». «O que queremos é valorizar a dimensão positiva e não tanto competitiva que às vezes existe nos escalões de formação», disse.

Para a diretora de Ajuizamento e Cálculo da Patinagem Artística da FPP, Helga Marques, «a verdade, respeito, disciplina e apoio são alguns dos valores que devem ser assumidos na educação de todas as gerações», passando «pelo Desporto, para se indicar um caminho correto para agir e para se ser feliz» logo, «qualquer ação que promova o espírito de igualdade e fairplay é sempre uma mais-valia».

Segundo Helga Marques, esta mais-valia «demonstra às novas gerações que existe muito mais para além do primeiro lugar no pódio e que a Ética no Desporto deve desobstruir os obstáculos do mundo atual em que tudo se quer mais rápido».

Concretamente, na Patinagem Artística «existe, obviamente, competição. Só que para além da competição, seja consigo, seja com outros, existem valores maiores, como ganhar um papel e uma posição na vida, tal como no Desporto». Assim, «o Cartão Branco é uma ferramenta que permite auxiliar as novas gerações a crescerem com o exemplo de valores de justiça, verdade, amizade, respeito e solidariedade, que ajuda a formar cidadãos com valores cívicos fortemente estabelecidos», considerou a diretora, acrescentando a frase de Pierre de Coubertin, «O principal não é ganhar, mas competir. E com Dignidade!»

José Raimundo, vice-presidente para a Patinagem Artística da FPP, lembrou que o Cartão Branco «tem como objetivo valorizar as boas práticas desportivas dentro e fora de campo» dando a possibilidade «a um juiz, em determinado momento, de o exibir, num reforço positivo pelo comportamento eticamente positivo, pelo fairplay demonstrado», sendo «um sinal importante porque reforça a imagem do juiz, que deve ser também uma imagem positiva».

Raimundo explicou que o cartão «pode ser mostrado tantas vezes quantas o juiz considerar necessárias, com o intuito de favorecer o espírito desportivo» e acrescentou que «a conduta de acordo com o espírito do fairplay é essencial para a promoção do sucesso e desenvolvimento do desporto, neste caso, da Patinagem Artística».