Pavilhão ao rubro e grande jogo de hóquei em patins no Municipal de Barcelos. Após empate (2-2) no tempo regulamentar, e que não se desfez no prolongamento, a equipa da cidade anfitriã da prova foi mais forte nas grandes penalidades. Está na final e 20 anos depois tentará colocar a Taça no seu museu. Está definida o jogo da decisão: FC Porto/Fidelidade vs OC Barcelos.

 

Foi preciso ir até ao desempate pelas grandes penalidades para se encontrar o segundo finalista da meia-final 2 da Final Four de hóquei em patins, após o 2-2 no final 60’ minutos de jogo. E aí o OC Barcelos foi mais forte, eliminou o SL Benfica e está na final da Taça de Portugal 100 anos FPP. Os ‘galos’ liderados por Rui Neto, voltam este domingo ao Pavilhão de Barcelos, pelas 16 horas, para enfrentar o FC Porto/Fidelidade e decidir quem leva a Taça para o Museu. 

Num pavilhão vibrante, a rebentar com lotação esgotada, a partida arrancou com grande intensidade e com ambas as equipas a procurarem colocar-se em vantagem, com boas ocasiões de golo, colocando os dois guarda-redes à prova. Primeiro foi Vieirinha a obrigar Pedro Henriques a evidenciar-se, depois Pablo Álvarez isolou-se, mas Conti Acevedo fechou bem a sua baliza.

O ritmo inicial foi tremendo, mas o marcador não mexia. SL Benfica e OC Barcelos foram ficando cada vez mais encaixados e imperavam as marcações. Defender bem, evitar sofrer em primeiro, notava-se, era preocupação nas instruções transmitidas pelos treinadores. Até que, uma desatenção por parte da equipa que jogava em casa foi bem aproveitada por Nil Roca. O jogo abriu, e logo de seguida Pol Manrubia fez falta sobre Vieirinha. Na cobrança do livre direto, Álvaro Morais ‘Alvarinho’ coloca o marcador novamente num empate. Nova falta para cartão azul, agora de ‘Poka’, e no frente a frente com Acevedo, Lucas Ordoñez falhou o livre direto. Em cima do último segundo do primeiro tempo, um remate de Pablo Álvarez ainda foi festejado como golo, mas após revisão pelo VAR, o intervalo chegou com ambas as equipas empatadas a um golo.

A intensidade em dose certa, o calculismo na medida própria, voltaram a imperar de lado a lado no arranque da segunda parte, com as duas equipas a deixarem o seu suor em pista. O marcador só voltou a funcionar quando Benedetto, aplicando toda a sua força no stick, rematou sem hipótese de defesa. 2-1 para águias e percebia que ia ser duelo intenso até final. Em desvantagem e com o apoio do público, foi a vez do OC Barcelos voltar a carregar e em três momentos, à passagem do minuto 38, o golo esteve perto, mas os remates não seguiram o rumo certo. Os de Barcelos souberam esperar. Os pormenores fazem a diferença e numa falha defensiva das águias, Miguel Rocha estava no local certo para voltar a estabelecer o empate. 2-2 a seis minutos do final. O público vibrava, as equipas davam tudo, assistia-se a grande jogo de hóquei porque ninguém queria ir a prolongamento. Mas não houve mais golos no tempo regulamentar.

E assim, tal como na primeira meia-final do dia, também foi preciso recorrer ao prolongamento para se encontrar o segundo finalista. Aqui chegados, sabia-se que seriam novamente os detalhes a ser decisivos. Por isso, as equipas voltaram a encaixar-se, a fechar-se, a procurar o golo, mas tentando acima de tudo não cometer erros. E assim, o prolongamento finalizou sem golos. 2-2 no final, decisão reservada para os penáltis.     

Miguel Rocha falhou o primeiro; Diogo Rafael também não conseguiu bater Acevedo; Poka marcou o seu penálti e Pablo Álvarez não conseguiu marcar; Danilo Rampula rematou contra Pedro Henriques e Nil Roca voltou a empatar o jogo agora também nos penáltis; Luís Querido falhou o seu remate, tal como Roberto di Benedetto. Alvarinho encontrou o fundo das redes o mesmo não acontecendo com Lucas Ordoñez, que ao rematar à barra deixou o pavilhão a festejar com a passagem do OC Barcelos à final da Taça de Portugal. A equipa da casa tentará levar para o seu museu um troféu que escapa há 20 anos, enquanto o FC Porto venceu a última Taça há duas épocas.

 

O que disseram:

Nuno Resende, treinador do SL Benfica

“Quero dar os parabéns aos meus jogadores, tremenda exibição. Grande jogo de hóquei num ambiente difícil, contra excelente equipa. Tivemos domínio e controlo do jogo, estivemos na frente e podíamos ter aumentado a vantagem, irrepreensíveis defensivamente. Faltou-nos a pontinha de sorte no final do prolongamento com uma bola na barra. Foi uma prestação altíssima, os jogadores honraram a camisola do Benfica. Perder nos penáltis é inglório. Mas saio orgulhoso deste pavilhão por aquilo que conseguimos construir. Temos de levantar a cabeça e buscar as coisas que fizemos bem para lutar pelos objetivos que ainda temos para esta época.”

 

Rui Neto, treinador do OC Barcelos

“Era muito importante para nós vencer este jogo perante estes adeptos incríveis. Não foi um jogo fácil, pelo contrário. Qualquer uma das equipas podia ter vencido, bom jogo de hóquei, se calhar não tão bem jogado em alguns momentos. Mas no fim fomos premiados e agora falta mais um jogo. Foi o quarto jogo como Benfica e hoje fomos surpreendidos com dois golos de meia distância, pois o Benfica tem jogadores muito fortes nesse aspeto. Mas com equipas desta qualidade é como um cobertor, tapa-se de um lado destapa-se do outro… temos de fazer fraquezas forças, fomos sempre muito solidários e com grande atitude. Na final será difícil, mas sabemos que temos as nossas possibilidades de vencer.”

 

Nil Roca, jogador do SL Benfica

“Houve muito equilíbrio e muita luta dentro do campo e no final, quando se chega aos penáltis é uma lotaria. Fizemos um bom jogo, anulámos a equipa do Barcelos, mas podíamos ter matado cedo o jogo e não o conseguimos. E no hóquei um golo de vantagem é muito curto. Tenho de pedir desculpa aos adeptos porque queríamos muito esta Taça, mas escapou. É uma pancada forte, estamos tristes, mas vamos levantar a cabeça e lutar para conseguir o bicampeonato… porque isto é o Benfica e não temos outra opção senão ganhar e seguir com a cabeça levantada.”

 

Conti Acevedo, jogador do OC Barcelos

“Jogo equilibrado, sabíamos bem os pontos fortes deles e eles os nossos. Fizemos quatro jogos em menos de um mês, as equipas tentaram falhar o menos possível, sabiam que ia ser um jogo fechado, com poucas golos, a querer defender bem e chegar, neste caso, até aos penáltis. Estou muito orgulhoso, há muito tempo que lutamos para dar um título a toda esta gente que nos apoia, o grupo luta muito. Esperamos conseguir essa alegria que esta gente merece. Ambiente assim só num mundial e aqui em Barcelos, não há mais locais que vibrem assim com o hóquei como aqui.”

Toor

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