Que grande, grande jogo na final da Taça de Portugal 100 Anos FPP. Um autêntico hino à modalidade com duas equipas a não se renderem nunca na luta pela conquista do troféu. Venceu o FC Porto/Fidelidade, mas pela entrega, empenho, pela forma como o público se comportou e encheu o Municipal de Barcelos, quem ganhou foi o hóquei.

A Taça de Portugal 100 anos FPP em hóquei em Patins está entregue ao FC Porto/Fidelidade. Perante um Pavilhão Municipal de Barcelos esgotado e a rebentar pelas costuras apresentaram-se duas grandes equipas, das melhores da atualidade, que deram muita luta até à última gota de suor para a conquista do troféu. Festejaram no final os pupilos de Ricardo Ares ao vencer por 3-2.

A jogar com o pavilhão a seu favor, o OC Barcelos até viu o FC Porto Fidelidade entrar mais pressionante no jogo, com ritmo mais intenso. Os de Barcelos apostavam nas saídas rápidas a tentar surpreender. Estratégia que funcionou: à passagem do minuto 9 uma saída rápida do capitão Luís Querido valeu a assistência para Miguel Rocha fazer o primeiro golo da final.

Após o primeiro desconto de tempo, os pupilos de Ricardo Ares voltaram novamente mais ofensivos, a pressionar e a obrigar O OC Barcelos a fechar-se, a ocupar espaços para evitar erros. O FC Porto/Fidelidade tomava, nesta fase, conta do jogo e o resultado dessa pressão teve efeitos positivos: passe de Ezequiel Mena a encontra Rafa solto e disparo forte para o fundo da baliza de Acevedo, a culminar um momento de muita insistência por parte dos dragões.

O jogo estava vivo, intenso. Nova saída rápida dos homens de Barcelos e Danilo Rampulla isola-se, mas Xavi Malian fechar por completo a baliza evitando o golo. Pouco depois, foi Carlo di Benedetto a ficar muito perto de fazer o segundo para os do Porto. Mas o intervalo chegou com 1-1 no marcador. Resultado de 25 minutos de hóquei de grande nível praticado por duas equipas que mostraram querer muito ganhar o troféu. O resultado ajustava-se.

O início da segunda parte foi uma cópia, quase a papel químico, do arranque da primeira. FC Porto/Fidelidade novamente mais ofensivo, mas nova saída em velocidade de João Querido e Miguel Rocha bisar. 1-2 no marcador e muito ainda para jogar. Ao contrário dos jogos da véspera, mais táticos, mais fechados, este decorreu a um ritmo ofensivo alto, quase de parada resposta e com situações de golo a levarem o pavilhão ao rubro. E foi assim que o FC Porto/Fidelidade chegou pela primeira vez à vantagem: proimeiro por intermédio do capitão Gonçalo Alves, que atirou sem hipótese de defesa para o fundo das redes; depois por Ezequiel Mena, servido por Gonçalo Alves, a fazer o 3-2.

Era a vez do OC Barcelos arriscar, assumir o jogo e nesse sentido Rui Neto colocava em campo as unidades de tendência mais atacante. O jogo esteve sempre ligado à corrente, frenético, com oportunidades para ambos os lados e os guarda-redes a brilharem em grande nível com defesas fantásticas. Aos 41’, Danilo Rampulla é travado em falta por Xavi Malian e penálti assinalado. Na cobrança, Luís Querido viu Malian encher a baliza e falhou a oportunidade para igualar o resultado.

Ninguém conseguiu ficar sentado nos últimos minutos perante o hino à modalidade que se assistia na pista, ambas as equipas a darem tudo. Uma para defender o resultado, ainda assim arriscando sempre, a outra pressionando muito para chegar ao golo. Mas estava feito. O FC Porto/Fidelidade fez a festa, levantou o Troféu, levou a Taça para o Museu do Dragão.  

 

Entregaram o troféu e as medalhas Luís Sénica, presidente da FPP; Mário Constantino Silva Lopes, presidente da CMB, Vítor Ferreira, vice-presidente da FPP para o hóquei; e José Paulo Matias, presidente da Associação de Patinagem do Minho.

 

O que disseram:

Ricardo Ares, treinador do FC Porto/Fidelidade

“Felicidade máxima pela conquista deste troféu, jogámos com consistência muito alta. Posso dizer que sou um privilegiado por treinar os melhores jogadores de hóquei do Mundo. Dedico esta vitória à família, a todo o staff do FC Porto, aos jogadores, a todos os que connosco lutam todos os dias para vencermos mais.”

Rui Neto, treinador do OC Barcelos

“Tentámos tudo para dar uma vitória aos nossos adeptos. Orgulho enorme pelos jogadores, pela postura que os meus atletas tiveram nesta final. O jogo acabou por decidir-se num pormenor, mas não invalida a grande forma como nos exibimos.” 

Xavier Malian, jogador do FC Porto/Fidelidade

“Sentimento muito bom, muito orgulho pela equipa, pela forma como nos batemos num pavilhão com ambiente incrível, fomos magníficos. Defendi um penálti, sim, mas o jogo foi ganho por toda a equipa.”

Luís Querido, jogador do OC Barcelos

“É difícil falar porque a desilusão é enorme. Lutámos muito, mas a sorte não esteve do nosso lado. Parabéns ao FC Porto pela conquista da Taça. Tenho orgulho enorme desta equipa, dos meus companheiros, demos tudo. Agora faltam 15 dias para outra competição em que também vamos discutir uma Final Four. Somos guerreiros e saímos daqui de cabeça bem levantada e vamos tentar trazer algo para Barcelos.”

Toor

Patrocinadores Oficiais do Hóquei em Patins