Os representantes das Federações Portuguesas de Andebol, Basquetebol, Futebol, Patinagem e Voleibol foram ontem recebidos, na Assembleia da República, numa audição conjunta, na Comissão de Educação, Ciência, Juventude e Desporto. As Federações pedem mais apoios, face às dificuldades criadas pela pandemia de Covid-19.
As cinco federações, que representam cerca de 60% do número de atletas e outros agentes inscritos, subscreveram uma missiva de indignação, acerca da falta de respostas do governo ao Desporto português, apesar da sua subscrição à Lisboa Call on Sport Innovation, a pedido da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia – Desporto.
A «Lisboa Call on Sport Innovation» pretende explorar o sector do desporto para ajudar a fazer face aos desafios enfrentados pela UE durante a recuperação pós-COVID-19.
Segundo o presidente da Federação de Patinagem de Portugal, Luís Sénica, que falou em representação das cinco congéneres, a subscrição da Lisbon Call mostrou «ter sentido de responsabilidade e visão», reconhecendo, tal como o documento assume, que «o Desporto é um pilar fundamental da sociedade: enraíza os valores da cidadania, cria empregos, impulsiona o crescimento económico e potencia a capacidade de resposta a adversidades nos mais diversos setores».
No entanto, os dirigentes sentem que se perdeu «mais uma grande oportunidade para uma ação política concertada» e que se «desperdiçou um excelente momento para discutir e dialogar, com o movimento desportivo e demais parceiros, o urgente caminho da retoma e recuperação da atividade desportiva». Luís Sénica, lamentou ainda que o setor esteja «a uma enorme distância» daquilo que precisa para enfrentar a crise.
Para as cinco federações é necessário «desenhar uma estratégia diferente do habitual, que se concentre no que queremos mudar» de forma a ter «um olhar, a longo prazo, que visa enfrentar as desigualdades ao acesso do desporto e da atividade física».
Para tal, sugerem cinco linhas estratégicas:
- Modelos de investimento eficazes. Com investimentos bem definidos no tempo e no espaço, que permitam estimular a atividade física e o desporto, que promovam a inovação e que sejam atrativos e sustentáveis.
- O poder das pessoas e liderança. Os recursos humanos na área da atividade física e desporto são os mais preciosos e o seu potencial é ilimitado, sendo a chave para adotar e alcançar as ambições da estratégia: dirigentes, treinadores, professores, juízes/árbitros, auxiliares, voluntários, entre outros.
- Inovação e digital. Os tempos estão a mudar, e o mesmo se passa com as expetativas das pessoas. A Inovação, incluindo o digital, é a chave para promover o desporto e atividade física, tornando-o acessível a todos.
- Dados, perceção e aprendizagem. Aqui a chave é o trabalho em colaboração, em equipa. Construir as ligações certas através de um conjunto diversificado de organizações (movimento associativo, clubes, outros), para que possamos aprender juntos e compreender o que é necessário e o que funciona, construindo assim competências e práticas de confiança.
- Boa governação. Para realizar as ambições do plano e a sua estratégia, precisamos de ser fortes, corajosos, colaborativos, empáticos e inovadores na liderança. Mas a liderança vai para além dos rótulos e das suas práticas diárias de trabalho – é também sobre como as ambições e as intenções estão consagradas em formas de trabalho.