A Federação de Patinagem de Portugal (FPP) e a Neroes Sports vão colaborar na aplicação de uma solução inovadora de treino mental através de tecnologias avançadas de estudo do cérebro.
O método consiste no treino, através da Plataforma de Treino Neroes, da capacidade de foco e concentração – através da execução de tarefas exclusivamente com a força mental -, de forma a trabalhar o controlo emocional e a redução dos níveis de ansiedade, contribuindo para a melhoria da tomada de decisão e do desempenho dos árbitros.
O grupo piloto de seis árbitros envolvidos neste projeto treinará duas vezes por semana, durante 3 meses (aproximadamente 24 treinos).
Esta iniciativa, já concretizada a nível de atletas de alto rendimento em várias modalidades desportivas, é pioneira ao nível da arbitragem e das Federações.
Orlando Panza, presidente do Conselho de Arbitragem da FPP, considera que «o treino mental é parte do treino do árbitro, sendo uma componente fundamental para todos os pilares que compõem a arbitragem» logo, «tudo o que tenha a ver com o nível de desenvolvimento arbitral, na componente técnica, física e neste caso também na psicológica, é um aspeto que deve também ser trabalhado».
«Vamos esperar para ver os resultados, mas «esperamos que possa permitir aos árbitros manter o foco, criar métodos de concentração e de focalização naquilo que são as ações de jogo para que possam permitir também ter o que que queremos, que são as melhores decisões», acrescenta.
Pedro Pestana, CEO da Neroes Sports, explica que esta metodologia é «a nova geração do treino desportivo. Temos o treino físico, o tático, o técnico, aos quais damos muito valor», considerando que «é também fundamental a parte mental, que influencia totalmente a performance, seja na competição, seja na arbitragem».
«Através do equipamento que utilizamos, que lê o sinal elétrico cerebral (sabemos que o cérebro tem diferentes áreas responsáveis por diferentes funções), enviamos o sinal para a nossa plataforma de treino mental e, nessa altura, sempre que o utilizador está sentado à frente de um ecrã, vai treinar habilidades mentais», explica Pedro Pestana.
O árbitro «começa por treinar o controlo emocional fundamental para estas diferentes habilidades mentais como o foco, a rapidez da tomada de decisão, a concentração, a redução de stress e ansiedade e, através deste treino, desta ativação que vai fazendo do cérebro, tem de utilizar estratégias – como respirar fundo, pensar em coisas positivas, etc. – para ativar um estado que vai ativar essa região do cérebro responsável pelo controlo emocional», acrescenta.
Pestana considera que existem «mais-valias claras na arbitragem em conseguir aumentar o foco, a melhoria na tomada de decisão e, algo fundamental, que é a gestão do stress».
«A arbitragem é uma atividade extremamente stressante e quanto mais stressados e menos controlo emocional tivermos, mais erramos nas nossas decisões e tomamos piores decisões. Claramente, este treino vai ajudar a uma arbitragem com melhores decisões, com árbitros que decidem mais rápido e melhor e que estão melhor consigo próprios a nível da sua saúde mental», conclui.