Um ano depois da despromoção, o HC Turquel está de volta à 1ª Divisão, para disputar o Campeonato PLACARD. A equipa comandada por Guillém Pérez garantiu a subida a faltar uma jornada para o fim, e conquistou o primeiro lugar da zona Sul, com 64 pontos e 132 golos marcados.

Os alvinegros vão disputar, este sábado, o primeiro de dois jogos para o apuramento do Campeão Nacional da 2ª Divisão, frente à Juventude Pacense/Divercol. Guillém Pérez falou-nos do regresso do HCT à 1ª Divisão e fez a antevisão do que considera que vão ser «100 minutos incríveis».

© HC Turquel

O HC Turquel está de volta à 1ª Divisão, com o 1º lugar da zona Sul. Esta foi a época de sonho que esperava quando chegou a Turquel, na época 2021/22?

Quando cheguei planeava ficar na 1ª Divisão. Esta foi uma época que sabíamos difícil, não só pelo facto de jogar na 2ª divisão (que tem boas equipas e é uma boa competição), mas porque tínhamos dúvidas se estávamos preparados porque a maioria da equipa nunca tinha jogado na 2ª. Foi um ano de muita aprendizagem: tivemos de conhecer pavilhões e jogadores que nunca tínhamos visto e, no meu caso, foram muitas horas de vídeos a analisar as outras equipas e a operar uma evolução na nossa equipa. Há muitos anos que estávamos na 1ª, mas éramos uma equipa «pequena», que nunca assumiu o jogo. Fomos para a segunda e tivemos de assumir os jogos todos e mudar a cabeça dos jogadores.

A mudança operada a nível defensivo na equipa foi o ponto forte que contribuiu maioritariamente para a subida ou foi essa mudança de mentalidade?

Mudámos muitas coisas, não porque o modelo anterior estava errado, mas porque tínhamos de mudar porque o hóquei mudou, logo precisámos evoluir e fazer algo para mudar o chip dos jogadores. Assumir o jogo não é só com a bola, mas sim o jogo todo e temos de ser donos do jogo, com ou sem bola. No momento em que não tens bola é quando podes sofrer os golos e o que queremos é que a bola esteja longe da baliza! A nossa mudança foi a nível de mentalidade e de ambição: querer mais, ter mais vontade. E foi o que fizemos, mudar a mentalidade e ir para a frente

Foi então a combinação de todos os fatores com a aposta nessa vertente psicológica?

Sim, porque não foi fácil estar na 1ª, mas estávamos lá. E a descida foi o momento ideal para dar dois passos atrás para depois dar três em frente. Repare: temos uma figura que é muito importante dentro da equipa, que é o Vasco Luís (capitão) e, como tudo na vida, passam os anos e ele não pode assumir a responsabilidade sozinho porque não é justo para ele. Há jogadores que também têm de assumir a responsabilidade e creio que esta época foi muito boa para eles nesse aspeto.

©HC Turquel

O que reserva o futuro no Campeonato Placard?

Quando cheguei, o futuro que planeámos para o clube não era só subir e fazer o «mesmo papel» de ficar lá na linha: é subir, e subir mais dois ou três patamares. O nosso objetivo tem de ser tentar chegar o máximo ao topo, porque não temos de fazer uma equipa para ficar na 1ª, mas uma equipa para ser melhor.

Claro que o objetivo dos jogadores era subir, mas o que falamos cada dia é: temos de ser melhores do que ontem a nível individual. Não podemos é ser iguais ou piores que ontem. Subimos com os olhos postos não nos rivais, mas em nós, e com o objetivo de trabalhar cada dia mais e melhor. Só assim vamos conseguir atingir o patamar máximo e se isso significa chegar ao play-off perfeito. Se significar a permanência no último segundo, do último jogo, será isso. Mas temos de dar sempre o máximo.

A dívida que disse sentir com os adeptos, depois da receção aquando da descida de divisão, está saldada?

Sim, mas falta mais um bocadinho. Quando cheguei a Turquel vi muito potencial na equipa e senti que podíamos ficar na 1ª. O problema não era da qualidade, mas sim de um bloqueio mental e agora conseguimos desbloquear e ter uma dinâmica positiva. Portanto, a dívida foi paga porque voltámos à 1ª. Mas uma coisa é a divida paga com os adeptos e outra, é a divida que tenho comigo, e eu sou muito exigente: quero ser melhor e para mim não interessa se estou a treinar Sub-13 ou 1ª Divisão. Sou treinador, gosto muito de treinar e quero ser melhor. O meu objetivo é transmitir essa ambição aos jogadores. No momento em que eles tiverem essa mesma ambição ou mais, a minha dívida estará paga.

O HC Turquel vai defrontar a Juventende Pacense/Divercol para apurar o campeão nacional da 2ª Divisão. Que antevisão faz dos dois jogos?

Já atingimos o objetivo e agora é manter o foco nestes dois jogos, antes das férias. É um título e, se queremos ter «fome», temos de ganhar os dois jogos e vencer o título. Não há outra hipótese.

Segui a Juventude Pacense gosto muito do modelo de jogo deles. Tenho uma boa relação com o Hugo Azevedo e sei como trabalha, assim como ele sabe como eu trabalho. Analisei os jogos da equipa e creio que vai ser um jogo de 100 minutos incrível para os adeptos porque não há medo. Não vamos perder nada, mas podemos ganhar muito. São duas equipas com coragem e sem medo. Vamos tentar ganhar, mas a nossa regra principal é oferecer um bom espetáculo aos adeptos. Esperamos fazê-lo e ganhar».

Toor

Patrocinadores Oficiais do Hóquei em Patins