Os últimos World Skate Games 2022 foram de excelência para os juízes portugueses, com a presença de três árbitros no mundial de Hóquei em Patins e um no de Patinagem de Velocidade.

Sílvia Coelho, a primeira mulher árbitra internacional em Portugal, que apitou a final do mundial feminino e Davide Bravo, juiz árbitro da maratona do mundial masculino, são dois exemplos do trabalho e da evolução da arbitragem e do ajuizamento no nosso país. Os dois foram distinguidos, com o Reconhecimento de Mérito, na Gala da Patinagem 2023, no passado domingo.

Para Davide Bravo este foi, sem dúvida, um momento «extremamente positivo e que correu muito bem em termos de ajuizamento, com o reconhecimento por parte das delegações e treinadores», sendo que a maratona foi «o topo de carreira».

Davide explicou que, este ano «a FPP formou mais três juízes internacionais» o que perfaz atualmente um total de quatro e considera que «estamos no bom caminho para que, no futuro, haja mais presenças portuguesas em provas de topo internacionais». Para o próximo ano, o juiz português vai continuar em destaque, tendo já sido convocado para ajuizar nas Taças da Europa do próximo ano (Espanha e Alemanha).

Davide Bravo, juiz de Patinagem de Velocidade (©FPP)

 

Davide Bravo, 30 anos, iniciou-se como juiz em 2012, tendo efetuado o curso de juiz internacional em 2017 e participou no Campeonato da Europa da disciplina, em Lagos, nesse mesmo ano. No ano seguinte esteve no europeu na Bélgica e, em 2021, em Canelas. Este ano, em Itália, foi juiz árbitro dos escalões femininos (nas provas de pista, estrada e maratona) com o ano a terminar como juiz árbitro da maratona, naquele que foi o seu primeiro mundial e a primeira vez que um juiz português é convocado para estas funções.

No Hóquei em Patins, juntamente com Rui Torres e João Duarte, Sílvia Coelho foi a terceira presença portuguesa no mundial, na Argentina, tendo apitado, entre outros, o jogo de seniores masculinos entre a Argentina e o Chile e a final dos seniores femininos, entre a Argentina e a Espanha, no mítico Aldo Cantoni.

Para Sílvia Coelho, a primeira mulher árbitra internacional e também a primeira árbitra nacional a apitar a final de um mundial, esta experiência profissional foi o sentimento de que «todo o trabalho e esforço que tenho vindo a fazer valeu a pena».

Sílvia era jogadora de futebol quando foi convidada para um projeto de hóquei em Patins, em 1992, altura em que começa a praticar como guarda-redes. Apaixonada pela disciplina, decidiu realizar o curso de treinadora e de árbitra ao mesmo tempo. Exatamente 30 anos depois de ter ingressado no mundo do hóquei, foi nomeada para o mundial.

A notícia de que ia apitar a final foi um momento de grande felicidade e «o reconhecimento total das pessoas que apostaram em mim. Uma vez que Portugal não estava na final, queria que a arbitragem da final – tendo uma presença portuguesa – brilhasse e honrasse a nossa bandeira e a nossa Federação». «Tenho de referir que estou muito grata à FPP porque tenho sido valorizada pelo meu trabalho e que me estão a dar as ferramentas e as oportunidades que qualquer um de nós aspira um dia» para além de «agradecer às entidades internacionais a oportunidade que me foi dada a nível mundial».

Sílvia Coelho, árbitra de hóquei em patins (©FPP)

 

A árbitra não tem dúvidas que estas nomeações são o fruto de «todas as ferramentas e apoio que têm sido facultados e que têm contribuído para o desenvolvimento da arbitragem no nosso país». «Não sei como é trabalhar com as outras federações, mas sei que a nossa dá tudo o que um árbitro necessita para chegar à excelência. A FPP e o Conselho de Arbitragem são muito exigentes com a arbitragem e ainda bem que assim é», explicou.

Sílvia acredita que «a arbitragem está gradualmente a evoluir e que está com um bom nível: estamos a trabalhar imenso, com várias formações anuais que visam sempre a melhoria e é notória essa evolução. Estamos a trabalhar muito bem, a passos largos. Como já vivo nesta disciplina há muito tempo, consigo estar muito orgulhosa da nossa Federação e do CA, que trabalham muito e cada vez melhor. É notória evolução natural e mais esforço de todas as partes envolvidas», explicou.

«A evolução da arbitragem está à vista e está diretamente relacionada com o facto da competição assim o exigir, de forma a acompanhar os campeonatos nacionais, que estão entre os melhores do mundo».