A seleção nacional feminina, conquistou o terceiro lugar no mundial na Argentina, depois de vencer, esta noite, a equipa italiana por 0-3. O conjunto Luso terminou desta forma a participação na prova, com melhor prestação do que a conseguida no último campeonato do mundo, em 2019.
Portugal entrou a pressionar e teve oportunidade de se colocar em vantagem no marcador, primeiro com um penálti ao minuto 18, por falta sobre Marlene Sousa na área italiana e depois, por cartão azul mostrado à Squadra Azzurra, ambos sem sucesso na finalização.
A ascendência continuou a ser portuguesa, mas Itália fechou-se bem na sua área. Portugal insistiu sempre e o golo acabou por surgir, perto de dois minutos do fim do primeiro tempo, por Inês Severino, resultado com que as equipas foram para o intervalo.
No segundo tempo, Itália entrou um pouco mais decidida, mas o jogo praticamente não mudou de rumo em relação ao primeiro tempo, com Portugal a voltar ao controlo. Ao minuto 13, novo livre direto a favor de Portugal, com Inês Severino a tirar a guarda-redes italiana do caminho e a bisar na partida. No minuto 9, de novo Inês Severino, num remate potente, marcou o terceiro da partida e da conta pessoal, fechando o resultado que deu o bronze à seleção nacional.
«Orgulho máximo, continuar a trabalhar», foram estas as palavras da capitã, Marlene Sousa, antes do grito conjunto final da seleção, no rinque.
Na conferência de imprensa, no final do encontro, Sofia Moncóvio revelou que «é um orgulho para nós sabermos que o nosso trabalho tem tido resultado ao longo deste ano» acrescentando que a seleção tem vindo «consecutivamente a melhorar os resultados: passamos de um mundial na China em 7.º, Barcelona o 5.º e, este ano, o 3.º. Infelizmente ficamos com a sensação que falta algo mais; por isso, é bom, mas com a sensação que não queremos ficar por aqui».
A atleta explicou que «esta sensação dá-nos perspectivas para continuar a trabalhar porque todas as nossas melhorias são fruto do nosso trabalho». «Se nos acomodarmos, as coisas acontecem porque sim. Temos de nos focar no que temos feito bem, porque se resume ao trabalho que temos efetuado, não só na base da Seleção como nos nossos clubes. E é para trabalharmos ao longo de todo o ano e não apenas antes da competição. E é isso que tem mudado».
Sofia leva deste mundial «uma grande equipa: já tínhamos um grande grupo, mas é incrível como somos todos uma família». «Não há palavras para o que vivemos aqui em San Juan, para além dos bons jogos que fizemos e da boa imagem que deixamos enquanto equipa. Todos os que nos viram a jogar, viram a jogar juntos e isso era algo que não acontecia. Todos vestimos a camisola (equipa, staff) e isso é inigualável», concluiu.
O selecionador nacional, Hélder Antunes, desejou que esta medalha «acima de tudo, sirva, primeiro, como uma forma de reconhecermos o trabalho feito nos clubes, treinadores e dirigentes, que apostam no feminino. De seguida, para aquelas pessoas, que estão ligadas a clubes com a dúvida se podem ou devem apostar no hóquei feminino, que lhes sirva de motivação para essa aposta, porque é com a aposta, contribuição e trabalho de todos que os clubes podem enriquecer e nós podemos depois recolher mais frutos para trabalharmos ao nível de seleção. Esta medalha é o prémio de todos que trabalham o hóquei feminino e de todas as atletas que ficaram em Portugal».
O técnico fez questão de lembrar «as ex-atletas de hóquei em patins feminino, que desde 1991 fizeram crescer a modalidade e se calhar, também por elas, é que estamos aqui hoje. É para a família do hóquei em patins, em particular, o feminino».