Na final do WSE Euro, a seleção nacional sénior feminina perdeu frente à Espanha por 4-0, resultado que não espelha o trabalho e o esforço que Portugal deixou em rinque.
As espanholas entraram mais ofensivas e a exercer pressão logo nos momentos iniciais da partida, enquanto Portugal tentava aproveitar as saídas em contra-ataque para chegar à baliza adversária com perigo. A seleção foi conseguindo travar o ímpeto da Espanha, mas ao minuto 14, um «disparo» da meia distância de Aina Florenza resultou no primeiro do encontro (1-0).
Portugal reagiu bem ao golo e conseguiu criar situações de perigo na baliza adversária, com o jogo a tornar-se mais partido, no entanto, a pressão espanhola foi mais eficaz e o 2-0 surgiu ao minuto 10, resultado ao intervalo.
Na segunda parte a intensidade aumentou. Portugal continuou a procurar a baliza, mas sem conseguir finalizar. A cinco minutos do fim, foi assinalada grande penalidade a favor das espanholas com Marta Piquero a converter para o 3-0. No último minuto Casaramona fechou a contagem no 4-0.
No final do jogo, a capitã, Marlene Sousa concordou que a equipa deixou tudo em rinque e que «não podia deixar de ser de outra maneira» e frisou que «independentemente do resultado da final sou uma capitã muito orgulhosa da equipa que tenho ao meu lado. Deixámos tudo em campo, mas não conseguimos finalizar que era o importante para um jogo como este».
Marlene salientou que a equipa está «a crescer» e agora é «levantar a cabeça porque para o ano há o mundial para jogar e queremos todas crescer com os erros que cometemos».
A atleta acrescentou que espera que esta seleção «por tudo o que deixou em campo, seja um exemplo para as miúdas mais novas, independentemente de jogarem hóquei em patins ou outra modalidade. O que importa é o desporto feminino também ser visto e ser reconhecido por parte de todos em Portugal».
Na análise ao jogo, o selecionador nacional, Hélder Antunes começou por parabenizar a seleção espanhola «que venceu justamente o europeu» e explicou que Portugal tentou «conquistar a final, mas não conseguimos traduzir em golos o que produzimos». «Conseguimos surpreender a Espanha em casa, penso que isso foi notório: no desenlace do jogo, conseguimos fazer a Espanha tremer em vários momentos, mas isto resume-se a quem coloca as bolas dentro da baliza e nós, infelizmente, não colocámos», disse.
«Na segunda parte, em que o resultado está 2-0, optámos por jogar um hóquei mais direto. Acabámos por sofrer uma penalidade, mas mesmo assim fomos à procura do golo e penso que todos devem estar orgulhosos destas jogadoras, pois foram 50 minutos em que elas tentaram inverter o rumo dos acontecimentos», referiu.
Antunes sublinhou que «infelizmente não ganhámos, mas testemunho a entrega e o trabalho de todas as pessoas que estão envolvidas, porque penso que o demonstrámos dentro de campo. E mesmo quando entrámos como o patim esquerdo no primeiro jogo e depois novamente na segunda jornada, onde as coisas também não me saíram bem a 10 segundos do fim com a Itália, mostrámos que temos capacidade de superar e que estávamos cá».