A seleção nacional masculina está na final do Campeonato do Mundo depois de derrotar, esta noite, a equipa francesa por 0-4. Três anos depois de ter vencido a final, frente à Argentina, nos WSG de Barcelona, e 33 anos depois da última final que disputou em San Juan, a equipa das quinas espera agora por saber qual o adversário no domingo: Itália ou, de novo, os argentinos.
Foi um jogo de paciência, em que Portugal enfrentou uma seleção francesa motivada, por ter eliminado a Espanha, nos quartos de final. O jogo começou ritmado, com a seleção bem organizada na defesa e a procurar sair rapidamente para o ataque organizado. Por outro lado, França tentou controlar a rapidez do adversário, tentando não entrar na velocidade imposta por Portugal.
O conjunto Luso continuou a controlar bem o jogo, seguro na defesa e, as poucas vezes que França procurou a baliza, Girão esteve sempre atento. Tornou-se um jogo de muita paciência, com França a apostar nas bolas exteriores e Portugal a tentar desequilibrar os franceses.
O golo de Portugal surgiu a 4’30 do intervalo, através de uma stickada potente, «do meio da rua», de Rafa, que colocou a equipa em vantagem no marcador.
No segundo tempo, os franceses entraram a ter de patinar atrás do prejuízo, mas Portugal mostrou-se sempre seguro, a saber gerir a vantagem no marcador, muito bem na troca de bola e irrepreensível na defesa.
A quatro minutos do final, é mostrado o cartão azul a Roberto di Benedetto. Gonçalo Alves não conseguiu converter mas, segundos depois, Hélder Nunes perfez o 2-0, para desespero dos franceses e gáudio da equipa Lusa.
A 50 segundos do fim, numa altura em que a França jogava com cinco jogadores de campo, Henrique Magalhães marcou o terceiro e, a 34 segundos para o apito final, Hélder Nunes «matou» o jogo com o quarto.
No final da partida, Henrique Magalhães, disse «que a França iria viver muito aquilo que seriam as nossas falhas defensivas e que, da mesma maneira que eles criam contra-ataques, o antídoto para combatê-los era nós não os darmos e sermos nós a contra-atacar». «Foi isso que fizemos: defendemos muito bem, fomos muito humildes e foi por isso que o resultado ficou tão ajustado até ao final. Na parte final a França tentou subir e aí o resultado avolumou-se naturalmente», acrescentou.
O atleta fez questão de ter uma palavra para a seleção francesa «porque o trabalho que têm desenvolvido ao longo dos anos e aquilo que têm feito em todas as competições de seleções em que chegam sempre à fase final da competição, é de facto um trabalho extraordinário».
Sobre o jogo de domingo, e a possível ansiedade até lá, Magalhães explicou que «vamos jogar uma final do Campeonato do Mundo, não se joga todos os dias. Este tempo até lá chegar vai haver um pouco de ansiedade, é normal, mas também estamos habituados a estas coisas, já jogámos muitas finais» e revelou não ter preferências no adversário: «uma final, qualquer equipa pode ganhar. O pior que podemos pedir é um adversário. Temos de pensar em nós, naquilo que temos para fazer na final e isso é que é importante. Seja a Itália, seja a Argentina, vamos respeitar ao máximo como fizemos com todos os adversários até agora».
O selecionador nacional, Renato Garrido, considerou que a seleção hoje teve «uma inteligência tática e uma gestão física perfeita para conseguir ganhar este jogo porque sabíamos que ia ser decido nos pormenores. Podíamos noutras alturas marcado mais cedo, mas acho que fomos perfeitos».
Sobre a final, o técnico sublinhou que Portugal tem de ter «a inteligência emocional, a calma, essencialmente a inteligência também tática como tivemos hoje, num jogo fundamental. Os jogadores cumpriram inteiramente aquilo que planeámos para este jogo».
Garrido fez questão de fazer alguns agradecimentos: «não sei o que vai acontecer no domingo, mas tenho de agradecer, ao presidente da Federação de Patinagem de Portugal, o apoio sempre incansável que tem tido connosco. Tenho de agradecer ao meu staff, ao departamento clínico, ao meu adjunto e ao Diretor Técnico Nacional. Não é fácil chegar aqui, ainda para mais dois mundiais seguidos. Há quem ache que seja, mas para nós não é, é a doer».
O selecionador também quis deixar uma palavra ao treinador francês Fabien Savreux que, na sua opinião, «é o grande obreiro desta França que hoje em dia, para mim, é uma das melhores equipas do mundo, e que tenho a certeza que ainda vai melhora mais. Um adversário extremamente difícil, que ainda ontem eliminou uma super Espanha», concluiu.
Portugal joga a final no próximo domingo, às 23:30h, com transmissão na RTP1.