A Seleção Nacional de Sub-23 conquistou, este sábado, o título de Campeã da Europa, ao vencer a Espanha por 5-6, após o desempate por grandes penalidades, na final do Campeonato da Europa de Sub-23.

Num encontro emocionante até ao fim, Portugal entrou determinado e assumiu cedo a iniciativa do jogo, com um remate de longe de Lucas Honório, que obrigou à defesa do guardião espanhol. De seguida, oportunidade para Zé Miranda, novamente defendida por Oriol. Portugal continuou determinado no caminho para a baliza com remates de Viti e de Miranda, mas sem finalizar, ao passo que Espanha notava alguma dificuldade em sair em transições e, quando chegava perto da baliza, a defensiva e o guardião lusos mostravam-se presentes.

A insistência de Portugal deu frutos com cinco minutos jogados: Lucas Honório surgiu por detrás da baliza e, de picadinha, fez o primeiro da noite. A resposta espanhola não tardou e, beneficiando de um cartão azul mostrado a Viti, igualou a partida na conversão do livre direto. Portugal não desistiu de pressionar apesar do golo, mas foram os espanhóis a dilatar, dois minutos depois, com um remate colocado em que Guga não vê a bola partir.

A Seleção Nacional manteve-se por cima no jogo e voltou a empatar, a 27 segundos do intervalo, através de uma grande penalidade convertida por Lucas Honório, que bisou na partida (2-2).

Na etapa complementar, a seleção das quinas voltou a entrar a pressionar, no entanto, Espanha voltou a liderar o marcador ao fazer o 3-2, na recarga de um livre direto, após azul mostrado a Guilherme Azevedo. Portugal respondeu com caráter e voltou a empatar, novamente por Lucas Honório, que assinou o hat-trick (3-3).

Com o empate persistente no final do tempo regulamentar, a decisão avançou para prolongamento. A Seleção Nacional voltou a marcar, com o póquer de Lucas Honório (3-4), contudo, a 32 segundos do final, e com a Espanha a jogar em 5×4, foi assinalado penálti contra Portugal, que permitiu o empate (4-4).

Nas grandes penalidades, a equipa portuguesa mostrou maior eficácia: Tomás Santos e Viti marcaram duas, contra apenas uma dos espanhóis, com Guga a defender as restantes tentativas, fixando o resultado nos 5-6.

No final do encontro, o selecionador nacional, Paulo Freitas, destacou a evolução do grupo ao longo da competição e o mérito da vitória:

«É uma felicidade imensa, obviamente. Este grupo cresceu muito ao longo da competição e hoje apresentou-se com uma maturidade e com uma qualidade de jogo que até a mim me surpreendeu. Portanto, uma felicidade imensa. Estamos imensamente satisfeitos e agora é continuar a trabalhar e estes miúdos voltarem aos seus espaços nos clubes, continuarem a trabalhar, continuarem a evoluir e os clubes olharem para eles também com outros olhos para que a aposta no jogador jovem português possa ser uma realidade».

«Senti desde o dia de ontem, um foco muito grande. Apesar da tenra idade conseguimos agarrá-los a alguns pormenores de jogo e hoje fomos superiores à Espanha. Uma Espanha que claramente é uma equipa, sob o ponto de vista competitivo, mais experiente que a equipa portuguesa, mas hoje fomos exatamente atrás daquilo que nós conseguimos ferir a Espanha e não andámos à procura de coisas que não nos acrescentavam rigorosamente nada do jogo».

«Foi um jogo tremendo, um grande espetáculo de hóquei, um jogo muito bem disputado, mas, sinceramente, acho que a vitória é justa e podia ter acontecido não no momento das grandes penalidades, mas já podia ter acontecido no prolongamento».

Também o capitão da equipa, Zé Miranda, destacou o espírito de união do grupo:

«Um misto de emoções, felicidade, muita felicidade por tudo aquilo que o campeonato nos proporcionou. A verdade é que a equipa se uniu. As probabilidades estavam todas contra nós, Nós agarrámos nisso, fizemos força e mostrámos lá dentro quem eram os melhores e os melhores somos nós. Soubemos gerir bem as nossas emoções e isso foi muito importante para a vitória».

«Fomos uma equipa muito unida, uma equipa que nos momentos mais difíceis unimo-nos todos: o colega falhava e nós éramos os primeiros a ajudar, o banco a mesma coisa e isto foi um grupo, foi uma família que criámos aqui em tão pouco tempo e do qual eu me orgulho muito como capitão. Dar também muito mérito a todo o trabalho que foi desenvolvido, neste caso, pela equipa técnica, porque conseguir preparar um campeonato da Europa em tão pouco tempo não é para todos.

«Quero aproveitar para dedicar esta vitória ao João Souza, que faleceu. Foi o organizador do primeiro europeu realizado na Física de Torres Vedras, o clube que me formou e ao qual eu agradeço muito e quero deixar esta mensagem à família de muita força neste momento difícil. É uma pessoa que está no meu coração e esta vitória é para ele».

Lucas Honório, o melhor marcador da competição, com 17 golos, também não escondeu a emoção pela conquista:

«É uma emoção enorme. Acho que ninguém esperava que Portugal ganhasse este título. É bom ganhar em casa da Espanha, sendo que toda a gente achava que eles eram os favoritos e nós conseguimos dar uma boa resposta dentro de campo e fomos felizes»