Num jogo de nervos digno de uma verdadeira final, Portugal sucumbiu esta tarde, frente a Espanha, no derradeiro jogo do primeiro campeonato europeu de Sub-23. A seleção nacional tudo fez para conseguir outro desfecho, mas a não conversão de três bolas paradas e alguns nervos à mistura, acabaram por ser decisivos para o resultado.
Nos minutos iniciais da partida Espanha tentou impor-se, enquanto a seleção portuguesa respondia, com Zé Miranda a ameaçar com um potente remate da meia-distancia, a passar muito perto da baliza espanhola.
As duas equipas entraram decididas e com o sentido nas balizas adversárias: os espanhóis com ataque organizado e rotatividade, Portugal com um quatro mais dinâmico, a jogar por fora, com ambas bem a nível defensivo, a conseguir anular as situações de maior perigo.
O primeiro golo aconteceu na sequência de uma falha de marcação em frente da baliza de Xano Edo, com Oriol a aproveitar para o 0-1.
Na resposta, a seleção das quinas não baixou a intensidade e foi chegando com mais perigo junto da baliza espanhola. Ao minuto sete, falta sobre Diogo Barata valeu o cartão azul para os espanhóis. Lucas Honório falhou em converter o livre direto, mas no minuto seguinte, num excelente gesto técnico, Diogo Abreu aproveitou o mau posicionamento do guardião espanhol e marcou o golo de Portugal (1-1).
O empate animou a equipa lusa, que conseguia estar bem nas recuperações de bola e nas transições, enquanto os espanhóis sentiam dificuldades na defesa, mas até ao intervalo, não houve mais golos.
No segundo tempo, Portugal entrou veloz e com intensidade, a condicionar mais alto os espanhóis e a chegar com perigo à baliza adversária. O jogo estava mais vivo de parte a parte com as equipas a quererem resolver.
Ao minuto 20, Tiago Sanches foi parado em falta quando seguia isolado para a baliza. Chamado a converter o livre direto, Diogo Abreu não conseguiu marcar. Dois minutos depois, Espanha adiantou-se no marcador com um remate e desvio que traiu o guardião português, impedido de ver a bola partir (1-2).
Portugal estava obrigado a patinar atrás do prejuízo e teve ocasiões para empatar, como ao minuto 16 em que é assinalada a 10ª falta dos espanhóis, mas Zé Miranda rematou contra o guarda-redes adversário. A seleção nacional lutou até ao fim, mas não conseguiu ser feliz na finalização, com o 1-2 a manter-se até ao fim.
Na opinião do capitão, Xano Edo, este foi «um jogo muito bem conseguido da parte de Portugal», mas sublinhou que era «uma final, que tanto podia cair para um lado como para o outro» e que «faltou aquela pontinha de sorte que teve a Espanha num desvio».
O atleta fez questão de referir que «este europeu foi muito bom para todos os atletas que são excelentes jogadores» expressando «um orgulho incrível por ter pertencido a esta equipa, em que desde o primeiro dia fomos sempre um grupo unido e forte»,
Na leitura do jogo, o selecionador nacional, Renato Garrido, explicou que Espanha «teve por cima até ter feito o primeiro golo», mas quando Portugal chegou ao empate «fomos a equipa mais dominadora até ao final do jogo». «Mas não há vitórias morais: eles marcaram mais golos do que nós. Tivemos oportunidades, não as conseguimos concretizar, não estivemos tão bem nas bolas paradas, mas tivemos muito bem contra uma equipa muito forte», disse.
Garrido salientou que «foi um jogo muito adulto, com duas equipas muito evoluídas taticamente, com uma dinâmica de jogo interessante», e expresso «pena porque esta malta merecia muito pelo que trabalhou, pelo que trabalha e pelo carácter que tem».
O técnico deixou a certeza que Portugal «tem aqui jovens que vão ser o futuro, pela qualidade que têm, pela responsabilidade que já têm, mesmo fora da pista, são extraordinários». «Não retiro uma vírgula ao que já disse: foi um orgulho muito grande, foi surpreendente ter trabalhado com eles estes dias e ter reparado que tenho aqui pequenos profissionais, que a curto prazo estarão, de certeza, nas melhores equipas portuguesas e na seleção de seniores».