Foi preciso chegar aos penáltis para celebrar a passagem da seleção nacional à final da Taça das Nações, num jogo intenso e de nervos até ao final. Com o nulo a persistir no fim do tempo regulamentar e depois no prolongamento, a ronda de penáltis terminou com o empate a dois. Na chamada «morte súbita», Xano Edo agigantou-se na baliza e Gonçalo Alves marcou o golo que deu a vitória. Portugal vai disputar a final frente à Argentina, este domingo, às 20h30.
A seleção italiana entrou de rompante logo no primeiro minuto de jogo, a obrigar Xano Edo a uma grande intervenção e a negar o golo. Portugal não receou e foi crescendo e controlando o jogo, com as situações de perigo na área adversária a multiplicarem-se, no entanto, sem conseguir finalizar. A equipa das quinas continuou a pressionar e estar muito perto do golo, mas o marcador permaneceu a zeros ao intervalo.
Na segunda parte a toada foi muito idêntica. A equipa lusa continuou a pressionar, mas o guardião italiano, os postes e o ferro teimavam em não deixar que se gritasse golo em português. Nem ao minuto 14, altura em que foi assinalada a 10ª falta italiana, nem quatro minutos depois, por azul mostrado a Gavioli.
A Itália foi respondendo, conseguiu também criar perigo na área lusa, mas o resultado não sofreu alterações e o jogo foi para prolongamento, onde também aqui o equilíbrio e a prestação de ambos os guarda-redes «obrigou» às grandes penalidades.
João Rodrigues e Gonçalo Alves deram duas vezes vantagem a Portugal, mas os italianos conseguiram anular. Terminada a ronda de penáltis, a primeira equipa a falhar estava eliminada.
Gonçalo Alves, que sofreu um traumatismo no decorrer da partida, foi assistido de imediato, tendo depois se disponibilizado – em articulação com a equipa técnica e o departamento médico-, para contribuir de forma importante para o sucesso da equipa. E assim, foi com o camisola 77 a converter o 6º penálti para Portugal e Xano Edo a negar o golo a Verona, Portugal carimbou a passagem à final.
No final da partida, o guarda-redes da seleção, Xano Edo, considerou que esta foi «uma vitória mesmo muito importante» e que o jogo foi «digno de uma meia final contra uma grande Itália e distinguiu-se pelos detalhes». Na sua opinião, a equipa soube «jogar este jogo até ao final com intensidade e confiança e, sobretudo, com controlo emocional que é o que é preciso para ganhar este tipo de jogos».
Xano confidenciou ainda o papel fundamental que o colega de seleção Ângelo Girão teve chegados ao momento das grandes penalidades: «Eu perguntava-lhe mais ou menos para onde ia a bola e ele acertou sempre. A verdade é que ele é impressionante nos penáltis e foi também graças a ele que conseguimos a vitória de hoje».
O selecionador nacional, Paulo Freitas, fez questão de dar os parabéns aos jogadores lembrando que este foi «o quarto jogo em quatro dias, e necessariamente hoje faltou alguma energia. É normal, os jogadores são humanos e, portanto, o processo de recuperação é sempre complicado quando os jogos são de grande intensidade.
Na análise ao encontro, Freitas referiu que foi «uma Itália que que taticamente é sempre muito rica» com o seu treinador, Alessandro Bertolucci, a preparar «sempre muito bem as suas equipas e acabou por ser um jogo encaixado em grande parte dos momentos». «No cômputo geral acabámos por estar por cima, tivemos mais transições no jogo e eles acabaram por nos colocar algumas dificuldades em situações de meia distância com perturbação da visão do Xano», disse.
Sobre a final de amanhã, o técnico é da opinião que Portugal vai encontrar «um adversário bastante diferente deste, uma equipa com um registo diferente, muito mais intensa, que nos vai obrigar eventualmente a correr mais». «Acima de tudo vamos tentar que os jogadores amanhã consigam ter a energia suficiente para podermos estar aqui e podemos fazer aquilo que queremos que é conquistar o primeiro lugar e dar esta alegria a todos os portugueses», concluiu.