Depois do arranque algo tremido, a seleção nacional desbravou caminho e já carimbou o passaporte para as «meias», depois de vencer esta tarde, a Suíça, por 6-1, no jogo dos quartos de final.

Numa partida que se previa de um grau de dificuldade menor, Portugal entrou a exercer uma pressão alta logo à perda de bola, obrigando as jogadoras suíças a restringirem-se ao seu meio-rinque. No entanto, apesar de ser uma primeira parte de sentido único para a baliza adversária, a equipa das quinas voltou a ser algo perdulária na finalização ora com bolas ao poste, ora por não conseguir ultrapassar a defesa e a guarda-redes suíça.

Ao minuto 19, oportunidade para a seleção inaugurar o marcador por livre direto assinalado por falta sobre Raquel Santos, mas Marlene Sousa rematou ao poste. O golo acabou por surgir a cinco minutos do descanso, assinado por Sofia Moncóvio, mas a resposta adversária surgiu segundos depois: no primeiro remate à baliza lusa, a Suíça fez o golo do empate, resultado ao intervalo (1-1).

No segundo tempo, Portugal «desbloqueou» e os golos chegaram. Ana Catarina marcou o 2-1 ao minuto 23, e Raquel Santos, com uma stikada enrolada do lado esquerdo, marcou o 3-1. Sofia Moncóvio bisou para o 4-1 ao minuto 9 e, no minuto seguinte, foi a vez da estreia de Leonor Coelho a marcar ao serviço da seleção nacional, com o 5-1. A um minuto do final, Maria Sofia Silva fechou a contagem com o 6-1.

No final da partida, Sofia Moncóvio revelou que a equipa está «muito feliz, porque chegar a uma meia-final do campeonato da Europa é um dos objetivos e estamos aqui com bastante ambição». «Viemos com um objetivo máximo que é, primeiro que tudo, chegar à final do campeonato e depois sonhar. Isto é o nosso passo em frente para sonhar».

Em relação ao jogo de amanhã, frente à Itália, a camisola 3 da seleção é perentória: «o nosso espírito é vencer. Só temos uma opção amanhã: é vencer. Temos de estar preparadas para tudo, porque aquele empate a 10 segundos no fim foi um balde de água fria, mas só demonstra que a Itália é uma equipa bastante aguerrida». «São 50 minutos de jogo e 50 minutos de foco e amanhã, até ao apito final do árbitro, não pode haver desfoco porque não queremos voltar a sentir aquilo que sentimos (no jogo da Fase de Grupos)».

O selecionador nacional, Hélder Antunes, considerou que a equipa «não foi consistente no jogo: teve uma primeira parte muito diferente da segunda» e explicou que neste Campeonato da Europa a seleção «tem tido momentos de hóquei muito bons e bem construídos e outros onde nos desconcentrámos e que temos pagado com golos na nossa baliza». «Temos de ter uma equipa muito mais consistente do que aquilo que temos sido nos jogos até aqui», acrescentou.

Antunes sublinhou que «é preciso ajustar o lado da atitude e do comportamento, porque o hóquei em patins atual exige níveis de concentração, empenho e raça em campo, porque é muito exigente do ponto de vista físico em todos os momentos do jogo». «Têm de ser 50 minutos ao mais alto nível para estarmos bem em todos os momentos de jogo e ainda não conseguimos isso aqui. Mas não tenho dúvidas que estas jogadoras são capazes disto», disse.

Sobre o jogo de amanhã, novamente frente à seleção italiana, o técnico referiu que a equipa tem de «tirar as ilações, sobretudo dos erros que cometemos na segunda parte, do ponto de vista estratégico» para além de perceber «que a Itália tem uma particularidade na forma como encara cada jogo». «Tenho a certeza de que não vamos cometer os erros que cometemos no jogo da Fase de Grupos e que podemos surpreender de outra forma a Itália, lembrando que é um jogo de 50/50 de probabilidade».

O selecionador fez questão de referir que «este grupo consegue ultrapassar muitas barreiras e passar por cima de muitas pedras na calçada e a mulher portuguesa pode estar orgulhosa deste grupo, pois representa-a na sua forma de estar, de lutar: são guerreiras e os obstáculos que aparecem elas tentam ultrapassar e melhorar». «A exigência é máxima e é uma garantia que dou, que vão encarar o jogo com o espírito da mulher portuguesa lá dentro: lutar até ao fim por esse sonho», concluiu.

Toor

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